domingo, 13 de abril de 2008

Com Medo irmão? Fortifica! vossa Fé!

DECRETO DOMINICAL


Alguns dias atrás uma pessoa pregou em minha igreja e falou que o decreto dominical vai acontecer daqui a alguns meses. Apresentou inclusive a data. Alguns irmãos também disseram que viram notícias na televisão confirmando essa data.

A princípio tomei um susto, mas depois me empolguei com a idéia de ver Cristo voltando logo. Fiquei em dúvida, porém, porque não vi nenhuma informação na Revista Adventista e nem ouvi os Pastores falando sobre o assunto. Porque quase ninguém está falando nisso? Eu não tenho medo da volta de Jesus. Quero sair logo deste mundo, mas preciso ter certeza sobre o que estou ouvindo.

Como Adventistas amamos a volta de Cristo. Essa é nossa grande esperança. Precisamos ter, porém, muito cuidado no sentido de não criarmos um clima de alarmismo sobre o assunto. Quando isso acontece, a esperança se transforma em dúvida e confusão. “Nossa posição tem sido a de esperar e vigiar, sem proclamação de algum tempo para interpor-se entre o fim dos períodos proféticos em 1844 e a vinda de nosso Senhor” (Ellen White, Eventos Finais, 32).

A marcação de datas não é plano de Deus. Cada vez que elas são estabelecidas e não se cumprem, a fé e a esperança ficam abaladas. Ellen White já previa que “Sempre haverá movimentos falsos e fanáticos feitos na igreja por pessoas que pretendem ser dirigidas por Deus – pessoas que correrão antes de serem enviadas, e darão dia e data para o cumprimento da profecia não cumprida. O inimigo se agrada de que assim procedam, pois seus sucessivos fracassos e direção em sentido falso, causam confusão e incredulidade” (Eventos Finais, 32). Por favor, não dê ouvidos a essas pessoas e suas mensagens.

Tenha sempre muito claro que:

1. Deus não apóia estes movimentos. Pessoas que andam espalhando datas normalmente querem criar um “clima” de sensacionalismo e medo. Elas mesmas precisam de um empurrão para estar preparadas. Podem estar bem intencionadas, mas estão erradas. Acreditam que precisam reavivar a igreja, mas como sua mensagem não tem poder, resolvem explorar as datas. Ellen White é clara quando diz que “Não devemos saber o tempo exato para o derramamento do Espírito Santo ou para a vinda de Cristo. ... Por que Deus não nos deu esse conhecimento? – porque se o fizesse , não faríamos correto uso dele. Desse conhecimento resultaria um estado de coisas entre nosso povo que retardaria consideravelmente a obra de Deus no sentido de preparar um povo que permaneça em pé no grande dia que está por vir. Não devemos viver em excitação quanto ao tempo. ...” (Eventos Finais, 30).

2. A Bíblia não define datas para os eventos finais. Ele sempre apresenta as características de um tempo. Não devemos nos concentrar em um dia, mas em um tempo. O dia não sabemos, mas o tempo é o que nós estamos vivendo. Pelas características, estamos muito perto. Ainda poderemos esperar alguns anos, ou tudo pode acontecer bem rápido, antes do que foi apresentado em sua igreja. O importante é estar sempre preparado.

3. A marcação de datas enfraquece o preparo. Inconscientemente muitos relaxam em seu preparo deixando para resolver questões espirituais mais perto do tempo marcado. “Deus não dá a nenhum homem uma mensagem de que ocorrerão cinco, dez ou vinte anos antes que termine a história desse mundo. Ele não quer dar um pretexto para os seres humanos adiarem a preparação para o seu aparecimento” (Ellen White, Eventos Finais, 31).

4. Decisões movidas por agitação duram pouco tempo. Quando uma pessoa espera a volta de Cristo por outra motivação que não seja o amor a Ele, vai tomar decisões passageiras e frustrantes, movidas pelo medo do que vai acontecer. As vezes até parecem puras, sinceras e profundas, mas dependem de agitação para se manter. Quando a agitação se transforma em rotina, com o passar dos dias, elas não resistem e acabam produzindo incredulidade.

5. Precisamos estar prontos a qualquer momento. Independente do dia em que Cristo vai voltar, ou o decreto dominical vai ser oficializado, a vida de uma pessoa pode acabar hoje. É como se Cristo já tivesse voltado para ela. Precisamos ser como as virgens sábias que não esperaram a chegada do noivo para estar preparadas, mas tem sua provisão para qualquer tempo.

6. Acaba havendo confusão. Os constantes anúncios de datas para os eventos finais acabam trazendo um sentimento confuso, a ponto de que quando acontecer de verdade, muitos vão ter dificuldade em acreditar. Essa é uma obra do inimigo.

7. Cuidado com as “novidades”. Perto do fim, mais pessoas vão apresentar estudos de “novas” profecias, uma “nova” visão de alguns pontos da Bíblia ou mesmo a descoberta do tempo certo para o cumprimento de algumas profecias. A verdade vai ser misturada com o erro. Estas pessoas vão se apresentar com ar de muita sinceridade ou trazendo estudos muito “profundos” e por isso vão enganar a muitos. A melhor saída é concentrar a vida espiritual no preparo diário, na comunhão, no testemunho e na freqüência a igreja para que nada lhe encontre desprevenido.

Continue amando a volta de Cristo, mas faça isso com os olhos voltados para Ele. Os sinais devem servir para aumentar a esperança e fortalecer a fé.